Valletta


Valletta (em maltês: Il-Belt Valletta) é a capital da República de Malta.

Tem uma população de cerca de 6 315 habitantes (censo de 2005) e situa-se na costa leste da ilha de Malta. Situa-se na península homónima, dispondo de dois portos naturais: Marsamxett e Grand Harbour. O nome oficial da cidade foi dado pela Ordem de São João e é Humilissima Civitas Valletta — A Humílima Cidade de Valletta. Contudo, com a construção dos bastiões, muralhas e revelins, ao mesmo tempo que a cidade se desenvolvia com inúmeros edifícios barrocos, a cidade passou a ser apelidada de Superbissima. Em maltês é comummente conhecida com Il-Belt - A Cidade.

Em 1530, os Cavaleiros de São João, expulsos de Rodes pelos Turcos Otomanos, receberam Malta para se instalarem. Continuaram em guerra com os Turcos, a quem consideravam infiéis e, portanto, inimigos. Em 1565 o sultão otomano Solimão, o Magnífico, ordenou um ataque a Malta numa tentativa de exterminar a Ordem. Uma grande frota turca, com quatro vezes o número de homens ao dispor dos defensores, cercou a ilha em Maio. A luta manteve-se acesa até Setembro, mês em que os Turcos se retiraram, severamente batidos por causa de reforços vindos da Sicília. Após a guerra, os soldados começaram a fixar-se em vários pontos da ilha, em especial numa pequena península no sopé do monte Sceberras entre dois portos naturais, onde viria a nascer Valletta.

O povoado começou a desenvolver-se; foi construída uma torre no extremo da ilha, a Torre de Santo Elmo, com o intuito de defender a nova cidade. Mais tarde, o grão-mestre da Ordem, Jean Parisot de la Valette, apercebeu-se que a Ordem pretendia manter a sua posição na ilha, portanto começou a planear uma cidade fortificada. O projecto foi apoiado pelo Papa Pio V e pelo rei de Espanha, Filipe II. O Papa disponibilizou os serviços de Francesco Laparelli, engenheiro militar, para a concepção da cidade e dos seus órgãos defensivos. A obras começaram em 1566, com a edificação dos bastiões, procedendo-se depois à construção dos edifícios mais importantes; a cidade recebeu o seu nome do grão mestre, ficando a denominar-se La Valetta.

A cidade ficou concluída em 1568, já depois da morte de La Valette. O seu sucessor, Pietro del Monte continuou o trabalho já começado. Em 1571, o quartel da Ordem foi transferida de Birgu para Valletta. O arquitecto Laparelli deixou Malta em 1570, sendo substituído por Gerolamo Cassar, que tinha passado largas temporadas em Roma, e por isso estava bem informado sobre os estilos arquitectónicos mais vanguardistas. Foi responsável pela construção da Sacra Infermeria, a Igreja de São João, o Palácio do Grão-Mestre e sete albergues (local onde ficavam hospedados os Cavaleiros da Ordem). Durante o século XVI a cidade cresceu muito, tanto em termos populacionais, pois muitas pessoas de toda a ilha deslocavam-se para lá com o intuito de aí ficarem mais seguras devido à fortaleza que rodeava a cidade, como também em termos de património; Cassar ergue diversos palácios e igrejas em estilo Maneirista.

Valletta tornou-se num importante centro estratégico no Mediterrâneo; a posição geográfica e a cidade fortificada foram muito importantes no que diz respeito à estratégia militar no sul da Europa e norte de África. O planeamento urbano da cidade estava muito virado para a defesa da mesma. Baseada numa malha urbana mais ou menos uniforme, à medida que se vai aproximando do extremo da península as ruas são bastante inclinadas; as escadas nessas ruas têm degraus bastante diferentes do habitual, pois eram destinados a facilitar a movimentação dos Cavaleiros da Ordem com as suas armaduras bastante pesadas.

Mais tarde, foi a partir da cidade que Napoleão atacou a Ordem, obrigando o Grão-Mestre Ferdinand von Hompesch, que lhe teria dado porto-salvo para reabastecer os navios enquanto se dirigia para o Egipto, a capitular.

Já no século XX, a cidade sofreu mais um cerco. Desta vez foi durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido fortemente bombardeada, ficando parcialmente destruída. No pós-guerra, a cidade recuperou rapidamente; nos dias hoje ainda se podem observar as marcas deixadas por essa época. A população da cidade decresceu severamente nessa época, pois as pessoas deslocavam-se para a periferia onde nasciam casas modernas em novos aglomerados urbanos; a cidade ficou reduzida a cerca de 9 000 habitantes.

Na viragem do século a cidade ganhou novo fôlego; a entrada de Malta para a União Europeia, em Maio de 2004, tornou Valletta no principal centro financeiro do país, atraindo também muitos turistas. O sector do turismo ficou largamente beneficiado com a adesão ao euro, em Janeiro de 2008, devido ao facto da larga maioria dos turistas em Valletta serem originários da zona Euro.
(Fonte: Wikipédia)
A porta de entrada da cidade

Uma das principais actividades económicas de Valletla, e mesmo de Malta, é o turismo. O facto do centro histórico da cidade ser património mundial da UNESCO está intimamente relacionado com a procura turística; a Co-Catedral de São João, a Catedral de São Paulo Anglicano, ou os palácios e albergues espalhados pela cidade atraem muitos turistas. O clima agradável da ilha é também uma factor que abona a favor do turismo na cidade. Valeta é um importante porto de cruzeiros no Mediterrâneo.



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